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quarta-feira, 30 de março de 2011

Eletrosul dá passo decisivo para se tornar referência na geração de energia limpa

Eurides Mescolotto assinou, em Berlim, contrato de financiamento a fundo perdido para concretizar o projeto “Megawatt Solar”, que servirá de modelo para os estádios solares da Copa de 2014
Enquanto o acidente nuclear no Japão se torna o centro das discussões sobre a geração de energia no mundo, a Eletrosul Centrais Elétricas S.A. – empresa do Sistema Eletrobras - dá um passo decisivo para se tornar referência não só na geração, mas na comercialização de energia limpa. Nesta quarta-feira (30), o presidente da Eletrosul, Eurides Mescolotto, e o diretor de Gestão Administrativa e Financeira, Antonio Waldir Vituri, assinaram um contrato de financiamento afundo perdido com o banco Alemão KfW, no valor de 2,8 milhões de euros, marcando definitivamente a concretização do projeto batizado como “Megawatt Solar”, que será a primeira usina de grande porte no Brasil integrada a uma edificação que captará a luz do sol e a transformará em energia elétrica. O pioneirismo doprojeto vai além: a Eletrosul será a primeira a comercializar este tipo de energia no país, servindo de modelo para os empresários que querem transformar os estádios da Copa de 2014 em geradores e até revendedores de energia solar. 

Além disso, praticamente ao mesmo tempo em que assina o contrato na Alemanha, a Eletrosul se prepara para finalizar a montagem da primeira das 45 torres que formarão o complexo Eólico Cerro Chato, no Rio Grande do Sul. O início do funcionamento da usina, previsto para a partir da primeira quinzena de abril, marcará o retorno da Eletrosul à área de geração de energia, depois da privatização da empresa em 1998.

“O primeiro megawatt de energia gerado pela Eletrosul desde seu desmonte será de energia limpa, através da Cerro Chato. Até o final do ano, estaremos inaugurando a primeira usina de grande porte do Brasil que transformará a energia solar em elétrica. Este é um ano histórico para a Eletrosul que se consolida como referência na concretização de projetos pioneiros e autossustentáveis. Vamos garantir a segurança energética do país, garantindo o futuro do nosso planeta com o uso de energia limpa”, afirmou o presidente da empresa, Eurides Luiz Mescolotto.

A assinatura do contrato aconteceu na sede do banco alemão, no fim da manhã desta quarta-feira (3), com a presença do diretor geral do KfW, Helmut Gauges, o diretor para a America Latina e Caribe, Rüdiger Hartmann, e representantes do Ministério do Meio Ambiente Alemão. A missão da Eletrosul é considerada tão estratégica que o ministro conselheiro da Embaixada Brasileira no país, Roberto Colin, acompanhou a formalização do contrato em Berlim. No início da reunião, Mescolotto apresentou o sistema Eletrobras e as ações da Eletrosul. Em seguida, Vituri deu detalhes sobre o projeto Megawatt Solar. Para o presidente da Eletrosul, a assinatura é um ato que ficará na história dos dois países.

“Este ato que é singelo, de assinatura de um contrato, tem grande representatividade para a história da relação dos povos da Alemanha e Brasil. No nosso país, alguém tinha que começar a investir em energia solar e fazer a primeira usina. A Eletrosul fez isso”, disse Mecolotto.

O valor captado pela empresa junto ao banco alemão representa 65% do custo total do projeto Megawatt Solar, orçado em R$ 10,5 milhões. O projeto será instalado na cobertura do edifício-sede da Eletrosul e estacionamentos, no bairro Pantanal, em Florianópolis, em uma área de aproximadamente dez mil metros quadrados, onde será implantado o sistema que transforma energia solar em energia elétrica por meio de placas fotovoltaicas. O projeto surgiu de uma parceria entre a Eletrosul, Eletrobras, Universidade Federal de Santa Catarina, Instituto Ideal, o banco de fomento alemão KfW e a agência alemã de cooperação técnica GIZ.

 “O Brasil tem uma matriz energética limpa e esse projeto vem somar-se aos esforços de pesquisa e desenvolvimento em favor do país e das energias renováveis, e essa é uma contribuição muito importante da Eletrosul, que sai de um projeto-piloto, que vem gerando energia, para aconstrução da primeira usina solar da empresa e a primeira deste porte no país”, destacou Mescolotto.
    
A usina de aproximadamente um megawatt-pico é um projeto inovador, não só por ser o primeiro prédio público brasileiro a usar o conceito BIPV (sigla inglesa para o sistema fotovoltaico integrado à edificação) de produção de energia elétrica de fonte solar em larga escala, mas também porque a Eletrosul irá comercializar a energia produzida em pequenos lotes para venda no mercado livre. “Será criado um selo verde solar para as empresas que comprarem essa energia, evidenciando o compromisso com a sustentabilidade”, destaca Mescolotto.

Como parte do processo de implantação da usina solar, estima-se que dentro de um mês será lançada licitação para contratação de fornecimento dos componentes e instalação da usina. A Eletrosul deve iniciar a operação até o final deste ano, e a previsão é de que seja gerado, em média, 1,2 GWh/ano, o que equivale ao consumo anual de cerca de 570 residências. O projeto tem um prazo de sete meses para a implantação a partir da assinatura do contrato da licitação.

Ventos – A Eletrosul finaliza, no início de abril, a montagem da primeira de um total de 45 torres que formarão as três usinas do Complexo Eólico Cerro Chato, em Sant’Ana do Livramento (RS). Cada uma delas mede 108 metros de altura e, somente de raio entre o centro do rotor e ponta da pá, são mais 41 metros. Dá pra se ter ideia da grandiosidade do empreendimento só pela logística montada para se transportar as torres e seus equipamentos até o terreno. Ao todo, serão necessárias 2.295 viagens de carretas pelas estradas do Rio Grande do Sul (Gravataí, Rio Grande e Erechim) e São Paulo (Sorocaba), até Sant’Ana do Livramento, e os cálculos indicam que as cargas irão percorrer uma distância equivalente a aproximadamente 37 voltas em torno da Terra.

A usina tem potência instalada de 90 MW e investimento total R$ 390 milhões, estima-se que a primeira geração de energia aconteça a partir da primeira quinzena de abril. A capacidade de atendimento é de quase meio milhão de habitantes. A entrada em operação do Complexo está programada para o fim de setembro deste ano – nove meses antes do previsto.

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