Redirecionamento

javascript:void(0)

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Pesquisa internacional revela que o Brasil é a nação mais otimista com a velhice

 

Levantamento revela o surgimento de uma geração que ainda se sente jovem e saudável aos 70 e 80 anos, mas não planeja sua velhice do ponto de vista econômico e social.

Londres, 17 de setembro de 2010- A pesquisa internacional de saúde Bupa Health Pulse 2010 revela o surgimento de uma geração que ainda se sente jovem e saudável aos 70 e 80 anos[1], mas que não se preocupa em planejar a velhice. Realizada pelo instituto de pesquisa independente Ipsos Mori,o levantamento envolveu 12.262 entrevistados em 12 países, incluindo o Brasil, entre 10 de junho e 14 de julho de 2010. A pesquisa alerta que é fundamental avaliar o impacto da velhice sobre a demanda de assistência social e médica.

Nos 12 países pesquisados, 72% dos entrevistados com 65 anos ou mais disseram que não se sentem velhos e quase o mesmo número (67%) diz sentir-se ainda saudável.

No Brasil, 46% dos entrevistados não se preocupam em envelhecer. Além disso, 17% dos entrevistados encaram com bons olhos a terceira idade, o maior índice registrado no mundo todo. Porém, 64% dos brasileiros não se preparam para a velhice, em termos de reservar dinheiro ou de pensar em como ser assistido no caso de não poder cuidar de si próprio. Mais da metade (53%) nem sequer começou a pensar nela, enquanto a maioria deixa completamente de se preparar para as realidades do futuro. Apenas 7% reservaram algum dinheiro e 76% acreditam que a família estará lá para dividir o ônus de cuidar deles.

Um relatório[2] feito pela London School of Economics (LSE) e divulgado ontem revela que a 'rede informal de assistência' (o padrão tradicional de famílias cuidando de seus idosos) está se desintegrando, enquanto o número de idosos carentes de assistência vem crescendo.

"É realmente animador ver que tantos brasileiros não se sentem velhos e acolhem bem a chegada da velhice, mas as pessoas não podem ficar despreocupadas com o envelhecimento", disse o Dr. Sneh Khemka, diretor-médico da Bupa International. "O Brasil, assim como muitos países, vem enfrentando uma crise na assistência médica e social. Muitos pensam que seus parentes estarão prontos para cuidar deles, mas nossas estruturas familiares estão mudando e as pessoas precisam começar a planejar e conversar o quanto antes sobre a futura assistência que terão."

"Em todo o mundo, uma combinação de fatores sociais e econômicos - incluindo alterações demográficas, a redução do tamanho da família e o aumento dos índices de divórcio, migrações e mulheres que trabalham fora – estão abalando a estrutura familiar que historicamente tem sido o principal suporte aos idosos dependentes. Com os sistemas públicos de assistência sob pressões financeiras, começa a surgir um desafio global das formas de amparar o idoso no futuro", observou José Luiz Fernandez, pesquisador-chefe da London School of Economics.


Pesquisa Bupa Health Pulse 2010:

• 12.262 entrevistados em 12 países - Austrália, Brasil, China, França, Alemanha, Grã-Bretanha, Itália, México, Rússia, Espanha, EUA - entre 10 de junho e 14 de julho de 2010.

Dados Brasil - Pesquisa Bupa Health Pulse 2010:

• 1005 brasileiros entrevistados.
• Os brasileiros são os mais otimistas quanto à terceira idade (17% comparados ao índice global de 3%).
• 95% dos brasileiros não se consideram velhos (dado de entrevistados acima 54 anos)
• 46% dos entrevistados não se preocupam com o fato de envelhecer. Alem disso, 17% dos entrevistados encaram com bons olhos a terceira idade e querem ficar velhos, o maior índice registrado no mundo todo. Porém, 64% dos brasileiros não se preparam para a velhice em termos de reservar dinheiro ou de pensar em como ser assistido no caso de não poder cuidar de si próprio sozinho.
• 53% nem sequer começou a pensar na velhice, enquanto a maioria deixa completamente de se preparar para as realidades do futuro. Apenas 7% reservaram algum dinheiro e 76% acreditam que a família estará lá para dividir o ônus de cuidar deles.
• 96% acha que a assistência governamental ao idoso precisa melhorar.
• 84% dizem que o padrão de assistência ao idoso no Brasil é pobre.
• 39% acham que o Estado deve bancar a assistência ao idoso somente para pessoas de baixa renda, enquanto apenas quatro em cada dez (42%) acreditam que o benefício deveria ser para todos.
• Apenas 3% pensam que o governo cuidará deles em sua idade avançada
• 36% das pessoas estão mais preocupadas em ter câncer.
• 35% planejam usar as suas economias/investimentos quando envelhecer.
• 61% dos brasileiros temem perder sua memória e independência ao envelhecerem.
• 32% acreditam que vão morrer de velhice.

Informações sobre velhice no Brasil – Ministério da Saúde:

• No Brasil, 49% dos idosos são analfabetos funcionais.
• 26% das mulheres idosas nunca fizeram papanicolau.
• 42% dos homens mais velhos nunca foram examinados para câncer de próstata.
• A maioria dos idosos (81%) tem alguma doença como hipertensão, dores nas costas, diabetes e doenças cardiovasculares.
• O Sistema de Saúde Pública no Brasil é utilizado por dois terços dos idosos. 24% têm seguro de saúde privado, 11% pagam do próprio bolso quando necessário e 5% são atendidos por agentes de saúde do Programa Saúde da Família.

Dados Internacionais - Pesquisa Bupa Health Pulse 2010:

• No mundo todo, 86% dizem que o atual nível de assistência do Estado aos idosos precisa melhorar, com 62% afirmando que é preciso 'melhorar radicalmente'.
• 7% dos entrevistados acham que o Estado realmente assumirá a responsabilidade por assisti-los em sua velhice.
• 66% pensam que a família cuidará deles quando envelhecerem; este número cai para 59% na Austrália, a menor de todas as porcentagens, chegando a 76% no Brasil, a maior delas.
• Dentre os pesquisados em todo o mundo, a maior preocupação das pessoas é ter câncer (34%) ou ter demência (23%) quando envelhecerem.
• França é o país que se sente mais jovem. 32% dos entrevistados acreditam que as pessoas só ficam 'velhas' quando passam dos 80 (comparados a 20% em termos globais).
• Já na China, as pessoas acham que se fica 'velho' muito antes, 65% acreditam que isto ocorra antes dos 60 (comparados aos 20% do dado internacional).
• Na Índia estão os que menos se preocupam em envelhecer, 70% dizem que isto 'não os preocupa' e/ou que eles 'não pensam nisto'.
• A Índia é o país mais preparado para a velhice, com 71% dos indianos fazendo algum tipo de preparativo, enquanto a Rússia fica para trás, 66% dos russos não se prepararam para a velhice.
• Na China, 33% das pessoas fizeram economias para sua velhice, enquanto somente 7% fizeram o mesmo no Brasil.
• A Alemanha se destaca como o país que mais cuida dos seus idosos.

Achados internacionais dos entrevistados - acima de 65 anos:

• Nos 12 países pesquisados, 72% dos idosos com 65 anos ou mais disseram não se sentir velhos; o índice mais elevado chega a 80% na Alemanha.
• 47% dos entrevistados com mais de 65 anos acham que a idade avançada começa aos 80, índice que chega a 54% na França, maior porcentagem em termos globais.
• 22% separou algum dinheiro para sua velhice.

Dados do Relatório da London School of Economics (LSE): Sociedades que Envelhecem – Desafios e Oportunidades

• A população mundial está envelhecendo e o número de idosos aumentou em quase todos os países. Em parte, o aumento do número de idosos é devido a importantes avanços na expectativa de vida.
• No entanto, o rápido aumento da proporção de idosos em todo o mundo pode criar um desafio em termos do poder da sociedade de angariar recursos para custear sua assistência.
• A ligação entre mudanças na expectativa de vida e a prevalência de problemas de saúde e dependência é fundamental para avaliar o impacto da velhice sobre a demanda de assistência social e médica.
• Depender principalmente de redes de assistência informais no futuro (o padrão tradicional de famílias cuidando de seus idosos) pode ficar cada vez mais difícil dada a redução expressiva do número de cuidadores informais por idoso dependente.
• A redução na disponibilidade de assistência informal vai exigir um novo consenso quanto à divisão de contribuições para a assistência ao idoso entre os grupos sociais.
• Considerando o risco de que idosos carentes de assistência podem acabar com seu patrimônio a fim de pagar pelo atendimento, um debate público vem ganhando corpo a nível internacional sobre a importância de se criar mecanismos de proteção dos recursos financeiros desses idosos.
• Será preciso um acordo da sociedade sobre a divisão de responsabilidades agora e no futuro pelo custeio e oferta de assistência ao idoso necessitado.
• A importância de intervenções eficazes na saúde pública se destaca pelo fato de que se poderia evitar quatro em cada cinco casos de doença cardíaca coronariana, nove entre cada dez de diabetes tipo 2 e um terço dos quadros de câncer apenas melhorando os hábitos de alimentação, aumentando a atividade física e parando de fumar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário